terça-feira, 26 de maio de 2009

Procura-se

Procura-se a minha concentração vista pela última vez há umas duas semanas atrás. A ausência de cena do crime e bilhetinhos de despedida mais caracterizam uma fuga voluntária do que um rapto propriamente dito. Recompensa não ofereço porque dinheiro não o tenho, mas nada como uma boa ação em tempos de crise.

Meu ritmo de estudo está praticamente tendendo a zero (tinha umas coisas assim na matemática, não era? Ou será na física? Vai saber...). Depois da viagem de fim-de-semana, só penso na do Marrocos prevista pra essa quinta. Tô merecendo umas boas palmadas pra criar vergonha na cara.

Ao trabalho, minha filha, que sua vida não tá ganha ainda não, longe disso! Passe! Pisca!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Primeiros passos


Iniciamos nosso processo de volta quando enviamos o pedido de resiliação do nosso contrato de aluguel há pouco mais de um mês. Hoje demos novos passos em direção ao Brasil: o Xande enviou a tese para os professores da banca examinadora (êêêêê!!) e anunciamos a primeira leva de coisas à venda, aliás, já obtivemos várias respostas só hoje.

Por mais que eu esteja realmente com vontade de voltar pro Brasil, ainda preciso de um processo lento de separação dessa minha vida atual. Não dá pra ser uma ruptura brusca, sem avisos, tem que ser gradual, na medida do meu envolvimento psicológico com tudo o que rolou até agora.

Hoje, não foram apenas 235 páginas (!!) que foram entregues aos 6 professores da banca, foram quase 4 anos de muito investimento do Xande e meu também, porque modéstia à parte minha marca está ali dentro. Claro que não entendo uma frase se quer do que foi escrito, longe disso, mas a minha participação está ali, implícita, nas entrelinhas. A tese em si representa o maior passo dessa nossa jornada, o objetivo maior dessa nossa estadia aqui em Nice, mas talvez não tenha sido o mais marcante, aliás, seria até difícil definir.

Foram tantas mudanças, tantos aprendizados. Aprendemos a viver juntos, a formar efetivamente um casal real. Viajamos tanto, choramos tanto, vivemos tanto.

Preciso mesmo desses pequenos rituais de desligamento. Daqui pra frente teremos várias outras decisões a tomar, várias outras cartas a enviar...

Vamos arrumar as malas amanhã, aliás, umas pequenas mochilas. Vamos conhecer Nîmes, Arles e Avignon aqui no sul da França e fazer um pouco mais daquilo que mais gostamos de fazer nessa Europa: viajar! Bon voyage!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tradições casamenteiras

O casamento é cercado de tradições: o vestido branco, as alianças, a chuva de arroz, a grinalda, o beijo, o noivo não poder ver o vestido da noiva... enfim, no Brasil a gente também escreve na barra do vestido da noiva os nomes das amigas solteiras pra que elas um dia também se casem.

Há uns bons anos aprendi a tradição do "algo velho, algo novo, algo emprestado e algo azul" (something old, something new, something borrowed and something blue) e achei super bonitinho.

Ao que parece esta tradição surgiu nos EUA e com o tempo expandiu-se mundo afora. O "algo novo" representa a entrada na nova vida de casada; o "algo azul" simboliza a fidelidade, o amor eterno a pureza do amor; o "algo velho" diz respeito ao passado e a continuidade, o momento de transição na vida da noiva; e o "algo emprestado" significa a felicidade que deverá ser partilhada por um casal já casado e feliz ao transmitir a boa sorte.

O difícil é reunir todos os quesitos sem parecer uma penteadeira de p., mas não é impossível com um pouco de delicadeza.

Vou atrás dos meus objetos encantados da boa sorte e aceito sugestões.


Estado de espírito






Essa foto traduz todo o meu estado de espírito essas últimas semanas.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O sertão vai virar mar

Há 24 anos não chovia tanto no meu Ceará. Meu povo está entregue ao seu Deus, desolado, desabrigado. Já são 75 municípios atingidos, dos quais 23 estão em estado de emergência, e mais de 27.000 pessoas desalojadas.

Os tempos mudaram. Já os cenários, nem tanto.

Cantada por Luiz Gonzaga - e como ele mesmo diria - taí a poesia que "não me deixa mentir":

Súplica Cearense
(Gordurinha / Nelinho em 1967)

Oh! Deus
Perdoa esse pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem cessar

Meu Deus!
Será que o senhor se zangou?
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há

Senhor!
Eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Senhor!
Seu eu não rezei direito o Senhor me perdoa
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Desculpe!
Eu pedi com os óio cheio de água
Desculpe eu pedir, cheinho de mágua
Pro sol inclemente se arretirá

Desculpe!
Eu pedir toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Boa idéia

Geralmente as idéias mais simples são também as melhores. Eu já ouvi falar de gente que anda com saquinhos de leite em pó, comida, balas ou coisa do tipo pra oferecer àquele que pede uma esmola na rua.

Fuçando na internet, vi um post super interessante de uma pessoa que sugere oferecer livros ao invés de dinheiro, que não é nem de longe a solução, mas que enche barriga cotidianamente de muita gente.

Faça uma geral na sua prateleira e ofereça um livro a alguém. Viva fortes momentos de troca com esses a quem fechamos os olhos todos os dias.

Blog da matéria: http://abuscapormim.blogspot.com/
Foto: Rogério Albuquerque