quarta-feira, 3 de março de 2010

Tietes

O momento aconteceu e eu só me dei conta depois que passou. Eu já sabia que a ídola-mor dos últimos tempos estaria sendo possuída (piadinha interna para quem é empossado) no mesmo dia que o Xande e já tínhamos até planejado falar com ela, assim como quem não quer nada, dar os parabéns e afins. Eu só não sabia que eu iria dar uma de tiete literalmente.


Lá estávamos nós: eu, o Xande, o trio maravilha – Lola, Maridão e a Lola-Mãe – outros 75 possuídos e seus respectivos gatos, papagaios e galinhas. Já cheguei com o auditório bombando e o calor comendo de esmola, como é de praxe nessa Terra do Sol; falei com meu digníssimo e logo comecei a espichar a cabeça procurando meus “conhecidos” quando o Xande me diz que eles estão sentados na segunda fileira, assim como a gente, mas do lado do noivo, o direito, enquanto estávamos do lado da noiva, à esquerda. Não demorou muito para o rapaz sentado à minha direita pensar que eu estava paquerando com ele de tanto que tentava olhar pro trio.


Sabe quando a gente pensa que nossos ídolos não são gente como a gente? Pois é, lá estava eu pensando: olha, eles conversam entre eles (dããã!!). Minutos depois: eita, é um conversê só com o moço à direita deles. Bem que esse moço podia ter sentado mais pro meu lado pra ver se eles olham pra cá... Ridículo. Eu sei.


O Xande, que também é Carlos, seria chamado antes da Lola, que também é Dolores, para receber a documentação e assinar o termo de posse, e logo eu estava me preparando para o primeiro momento paparazzi da minha vida.


Ao final da cerimônia, eu e o Xande estávamos num impasse só: vamos? Não vamos. Vamos? Não, vai ser ridículo, chato, um dizia. Besteira, ela está acostumada. Mas deve ser chato, sim. E os vimos sair antes de nós. Não deu outra, bateu o arrependimento. Fomos, ainda, dar uma olhadinha ao redor da Reitoria e nada. Escafederam-se. O quê? Como assim?


Entre a reitoria e a nossa casa havia uma padaria no meio do caminho. Isso mesmo, no meio do caminho havia uma bendita padaria cheia de guloseimas. Sentamos, fizemos nossos pratos, comemos. Hora de escolher a sobremesa e, tcharam!, eles aparecem. Só vi o Xande dizendo: você que é a Lola? Oi, eu escrevi para você outro dia dizendo que eu também seria empossado, lembra? Pausa para a cara da Lola de que não lembra. Eu apareço com cara de boba. Oi, tudo bem? Vou dar dois beijinhos e a Lola se atrapalha. Eu penso: vixe, lá vou eu invadindo o espaço da moça e quase agarrando-a. E depois: não, acho que só se dá um beijinho lá pelas bandas de Joinville ou então eles nem cumprimentam, só acenam com a cabeça. Vai saber desse povo de fora... Comigo pensando muito mais do que falando o papo cai no tema do tempo. Ai, meu Deus. Se tem um canto que o tempo não dá o que falar é nessa terra. Hoje? Sol e calor. Amanhã? Sol e calor. Depois de amanhã? Adivinhem. Minutos depois, nos despedimos, meu amor solta um “tudo de bom” e saímos. Como assim um “tudo de bom”? Eu detesto “tudo de bom”. Bom pra quem? O que é esse tudo? Não, não, eu entendi: foi pra coroar nosso momento tiete mesmo.



http://escrevalolaescreva.blogspot.com/

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Rotina ou a falta dela.

Aos poucos reencontramos os velhos hábitos de uma vida a dois deixados de lado há 7 meses, época que abandonamos as terras tricolores. Dizer que é que nem andar de bicicleta é pouco, pois já faz parte da minha constituição, da minha existência. Ainda está faltando uma pitada de rotina de trabalho, o voltar pra casa depois de um longo dia.

Tem gente que detesta rotina, eu não sou assim. Preciso sim de um dia-a-dia cheio de manias, de horários e dias certos. Eu gosto de coisas repetitivas sim, quem diria, mas na verdade é porque descobri que é assim que dou o valor certo às saídas delas, ao que é diferente. Aí serão duas empolgações: a de mudar e a de voltar pra vida do dia-a-dia. Não dá pra se empolgar com tudo, francamente, soa falso, irreal. Já dizia Frejat que "rir de tudo é desespero".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Medo

Ando com medo essas últimas semanas. Medo por mim, de mim, dos outros, das coisas, do tempo, da vida.
Medo de não ver as oportunidades passarem, de não aproveitar as pessoas, de perder meu chão e minhas alegrias de ser e de viver.
E se um avião caísse, e se um assalto ocorresse, e se acontecesse um acidente de carro, e se, e se, e se...
Somos assim tão efêmeros?
Nó na garganta.
Eu não quero ver gente partir, não quero.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cansei do blábláblá trivial, superficial. Agora será mais eu. Sem rodeios, nua e crua.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Deveria ser.

Deveria ser proibido
interromper um sorisso,
uma carreira brilhante
e a ordem natural das coisas.

Deveria ser proibido
dirigir com pressa,
trabalhar longe
e não voltar pra casa.

Deveria ser proibido
gente que faz o bem não ficar mais um pouquinho.

Deveria ser proibido abandonar pai, mãe, familiares, uma multidão de amigos, uma mulher linda e dois filhotes fofos.

Deveria ser.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Overdose de casamento

Agora ou vai ou racha. Me dei uma semana pra resolver boa parte das pendências do casório. Na lista: vestido, bolo, decoração, iluminação, bouquet, convites e lista de convidados. Esse é o grosso da coisa. Os detalhes serão pra depois. Resultado: ainda dá pra desistir?

Quando "A" semana mais louca de todos os tempos passar, pode ser que eu tire as teias deste blog prestes a virar Twitter, composto de frases.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Vida social

Desde que chegamos a locomotiva da nossa vida social está a mil por hora sem sossego. Loucura, loucura! Teve eventos pra todos os gostos, só anda me faltando um batizado e um funeral (este eu dispenso!).

Sério, não estava mais acostumada a sair de casa todos os dias à noite e tenho que admitir que sinto uma pontinha de saudade da calmaria.

A vida aqui é muito mais acelerada. Comparando os dois países, eu diria que não é apenas o fato de francês trabalhar menos que brasileiro que evidencia a diferença entre eles, afinal, a jornada semanal lá é de 35 horas, mas o constato de que a galera aqui parece dar o maior valor a um certo ritmo frenético de vida; unem-se as 44 horas laborais semanais os "n's" encontros de família, amigos e galerinhas do trabalho sem problemas. Tudo é motivo de festa MESMO! Não venho aqui reclamar, pelo contrário, estava morrendo de saudade desse contato, desse calor humano, mas constatar que não estava mais acostumada ao ritmo do Brasil.

Sem falar naquela bebidinha que faz as vezes de "água" neste calor: a loura gelada. O lema é "o tempo todo e todo o tempo". Não que lá eu não bebesse, a diferença está na freqüência da ação. Sei que estou mais intolerante aos copinhos de fim de noite, bebo menos, mas me divirto o mesmo tanto. Engraçado isso. Chato mesmo é a pressão da galerinha. O povo não aceita que você tenha mudado, que o limite não é o final do engradado de cerveja ou que não precisamos beber SEMPRE até a última cerveja acabar pra poder ir embora. "Não é a Aline que eu conheci". Não, não sou mesmo, o que não quer dizer que eu não queira vez ou outra "chutar o pau da barraca" e encher a cara, longe disso, mas a freqüência com que isto ocorre e ocorrerá não é e nem será mais a mesma. Próximo "enchimento de lata" na medida: casamento!