sábado, 15 de novembro de 2008

Faz parte de mim

Já faz um tempo que não escuto música com freqüência. Meu MP3 quebrou e aqui em casa só vai se for ligando o computador (nunca compramos um som de verdade). Ai já viu, morando num quarto e sala fica difícil. Ainda mais pq o Xande usa o computador pra trabalhar e muitas vezes trabalha em casa, com uns horários bem loucos. E, aos poucos, tava deixando de lado. Hoje tava aqui em casa de bobeira e num determinado momento vi o Xande assistindo uns clipes pelo Youtube. Umas coisas antigas e novas da Maria Rita, Rappa e por ai vai. Menino, foi me subindo uma saudade...

Música brasileira é uma coisa que me toca MUITO. Muito mais do que as cantadas em Inglês ou Francês, as línguas estrangeiras que tô habituada a escutar. Porque se for italiano, espanhol e do gênero, ai que não passa mesmo. Então, nessas horas eu me sinto no MEU país, nas MINHAS terras. Aquilo ali sou eu, faz parte de mim, de quem eu sou. É uma questão de identidade. Em muitas outras áreas eu me sinto uma cidadã do mundo. Mas a minha musicalidade é verde e amarela. Já me disse, tenho que escutar mais. E vou. Tava sentindo falta, mesmo sem saber.

Como pode?

Tem músicas que são verdadeiros ABSURDOS, que atingem um nível tal que não dá pra melhorar. Não, simplesmente não dá. Mas tem que ser aquela música, cantada por aquele cantor e com aquela versão. Pronto. Não adianta mudar que não fica nem a pau igual. Eu curto demais artistas solos, com seus violõezinhos à tira colo de preferência (daqueles que cantam no pé do ouvido, sabe?), mas curto mais ainda quando duas ou mais grandes vozes se encontram. Sem atropelos, claro. Nem de vozes, nem de egos. Porque se não fica uma bagunça, ninguém se entende e a música uma bosta, uma confusão só. Vendo essa versão da Vanessa da Mata com o Ben Harper eu me arrepiei todinha.... É de um tal frisson que dá vontade de beijar na boca deles de tão bom que é o resultado. Deus do céu!

http://br.youtube.com/watch?v=q7mVB-Ls5KQ


terça-feira, 4 de novembro de 2008

Mudando as estações


Depois que conheci a troca das estações ao longo dos meses eu percebi o quanto elas têm poder sobre nós mesmos, o quanto a vida muda a cada 3 meses. É igual a história do míope que só sabia que precisava de óculos depois que foi ao oculista e, num piscar de olhos, ou num par de óculos, o mundo fica mais nítido, mais lindo de se ver (quer dizer, pra certas coisas bem que seria mais interessante sermos eternamente míopes. Bom, mas essa é uma outra história!).

No inverno a gente faz programinhas mais "in", vamos mais nas casas uns dos outros, saímos mais para ambientes fechados, mudamos as roupas, a maneira de vermos nosso próprio corpo, até os cremes mudam! Ai vem a primavera, tudo fica lindo de morrer, flores para todos os lados, o sol já aparece mais (se bem que aqui na Côte d'Azur a gente não tem o que reclamar), usamos roupas floridas, casaquinhos leves, mais saias, já fazemos programinhas de parque, tem mais manifestações de rua e, depois de vivermos o dia mais longo do ano, chega o verão. Ai é uma delícia de verdade. Bem-vindas pernocas de fora, biquine, praia, festas para todos os lados, férias por essas bandas, viagens, as pessoas ficam mais alegres, mais animadas, mais bonitas tb. Nessa época, se tô mais gordinha, é sempre uma briga pra sair de casa, entre eu e o guarda roupa, é claro. E, quando a gente menos espera, já estamos usando uns casaquinhos mais leves, o tempo já fica menos ensolarado, perdemos vários minutos de sol a cada dia, começa a chover mais, as folhas caem e chega o inverno junto com o natal.

Vou sentir falta dessas mudanças! No Ceará o inverno chega com a época das chuvas, lá pra março. Se não chove a gente diz que não teve inverno. No resto do ano o calor come de esmola. E em dezembro e janeiro a coisa pega fogo de verdade.

Peraí, acabei de lembrar que costumamos dizer que temos sim quatro estações, essas são: verão, calor, seca e o mormaço. É amigo, tinha que ter um defeitim, né?

Paris!


Semana passada aproveitamos as férias de Toussaint e fomos pra casa do pai do Olivier, que fica a uns 60 km de Paris. Assim, juntamos o útil, queríamos voltar lá antes de irmos pro Brasil, ao agradável, ida do Olivas e da Flora pra Malesherbes (zona 8 de Paris, longe pra dédéu!). E nos mandamos.

Resumindo, estávamos afim de ver nossos queridos amigos e relaxar um pouco, aproveitar o que a cidade e as pessoas têm de melhor, sem pressa. E conseguimos. Foi uma delícia. Fora os problemas com o RER D, trem que liga o centro de Paris à Malesherbes. Normalmente ele leva uma hora e meia pra chegarmos, se não tiver atraso. Mas como a linha D tem atualmente a fama de pior linha de trem de Paris, não podia ser diferente com a gente. Vários atrasos, uma anulação (um dia entramos na estação pra pegarmos o trem de 6:40 e só chegamos em casa às 23 horas!), trem lotado, coisas do tipo. No entanto, não perdemos o bom humor, férias são outra coisa! Mas imagina ai quem pega todo dia. A negada num tava muito feliz não.

Na ida achamos um trem noturno baratinho, no lugar de ter as poltronas normais, tem umas cabines com uma espécie de triliche, na verdade, dois por cabine. Vc sai de noite e chega na sua destinação de manhã, ou seja, dorme no trem. A sorte é que nossa cabine logo encheu e eu pedi pro cara do controle pra trocar de lugar, já que tinha visto outras cabines sem ninguém. Ele deixou e no final das contas ficamos com uma cabine só pros dois. Mesmo assim não consegui dormir. É um saculeijo muito grande. Mas chegamos.

Se perguntarem pra mim o que eu mais gostei desse passeio eu diria que são as bicicletas de aluguel que implataram em Paris esses últimos meses, as chamadas VELIB's, simplesmente uma delícia! Usamos a beça! Fora que a paisagem é garantida! Aconselho demais da conta! Se vc estiver em bando, melhor ainda. Vira uma bagunça!

Fora isso, fizemos várias outras coisas super legais como o museu Quai Branly (novo museu de arte primitiva), uma exposição de Picasso no Grand Palais, Versalhes, o Louvre (que ainda não tinha feito e que, aliás, é MUNDIALMENTE entupido! Que coisa, tem tanta gente em cima da Monalisa que nem dá gosto de admirar a pobre), livrarias (com ótimos preços!), baladinhas à pé pelo centro, a catedral de Chartres famosa por seus vitrais, o castelo de Chambord na região da Loire... Enfim, fora os bons momentos vividos com a família Dagnat. A hora do jantar é sempre a melhor, nos sentamos na mesa durante horas, jogando papo furado, tomando vinho e degustando uma boa comida caseira da Idalina (brasileira), atual mulher do pai do Olivas (francês). Nossa mãe, passamos bem essa semaninha!

Depois de ter visitado várias outras metrópoles da Europa, posso dizer que Paris é a melhor. Não dá pra fugir do clichê. Ela tem realmente um charme, um colorido, um perfume diferente. Não quero tirar o mérito das outras, cada uma com a sua especificidade, mas Paris é Paris e ponto final. Não é à toa que é a maior destinação mundial. Se vc for 10 vezes, vai ter sempre um monte de coisas pra fazer, cantos pra visitar ou simplesmente re-visitar.

Paris, eu me rendo aos seus encantos! Paris, je t'aime profundamente!