quinta-feira, 9 de abril de 2009

Das coisas que eu NÃO VOU sentir falta


Eu ando tentando ultimamente identificar e fazer uma lista das coisas que eu mais vou sentir falta e das que eu quero esquecer dessa experiência de morar na Europa.

Meu dia de hoje me mostrou exatamente o 1º lugar das coisas que eu não vou sentir falta; digno não de um simples "passar a página", mas de um "rasgar sem dó e tacar fogo depois".

Pois bem, esse primeiríssimo lugar vai para... a PREFEITURA DE NICE! Em especial o serviço imigração.

Hoje foi um dia daquelas de querer "dar num", sabe? Há quase dois meses eu vinha adiando a renovação da minha "carte de séjour", espécie de visto para permanecer na França, porque gato escaldado tem medo de água fria. Não há outra razão. Bem que eu pensei em chutar o balde e mandar tudim ir pra "aquele lugar" como a minha irmã fez nos últimos meses por aqui, mas não dava porque ainda queremos viajar pra fora da União Européia.

Pois bem, me preparei pra guerra e caí da cama hoje (considerando que ando acordando tarde e dormindo mais tarde ainda) rumo à prefeitura de Nice. É lá que tudo acontece. Cheguei 1h antes da abertura dos portões e já tinha uma ruma de gente esperando. Essa foi a minha 4º e última vez ... benditos todos os santos!

A fila foi crescendo, os garotões fura-filas chegando e o tempo passando. Uns 10 minutos antes da abertura dos portões a negada começa a se estranhar. Às 9h em ponto começa o empura-empurra. O seguranças ameaçam não abrir, os garotões a pularem as barreiras e aquela confusão se instala. Passando a primeira porta, sai todo mundo correndo, cada um pro seu tipo de serviço específico e, chegando lá, nova confusão, novo empura-empurra.

Dessa vez meu serviço (renovação de "carte de séjour") já estava com as portas abertas e a recepcionista já distribuía as senhas. Eu peguei o número 39 e ela encerrou a distribuição no 45º, só que havia pelo menos o triplo de neguinho querendo os preciosos tickets. É exatamente neste momento que o 3º round começa, dessa vez "de com força". A negada começa a bater boca com a recepcionista irmã do Seu Lunga e o bicho pega fogo.

Uma meia-hora depois ainda tinha gente discutindo. O sistema é falho. Não é culpa nem da pobre-mal-educada-também-vítima da recepcionista e nem do cidadão estrangeiro que vai lá reclamar um direito seu. Eu sei que fui ser atendida depois do meio-dia e tive muita sorte; saí de lá com a cabeça quente, p. da vida, triste, me sentindo humilhada como sempre me senti quando fui na Prefeitura e morta de feliz por não ter que passar por isso tão cedo na minha vida! Chega!

Tô doida pra me sentir pertencendo ao meu lugar sem ter que dar satisfação a seu ninguém. Brasil, here we go!

Um comentário:

Luana Colares disse...

Nossa! Fila, empurra-empurra, chegar bem mais cedo pra conseguir ser atendida (e, às vezes, mal atendida), estresse... isso tb existe na França?! O comentário é só uma ironia. Na verdade, não sou daquelas que acha que nas "Oropa" tudo é perfeito e que mazela só existe no Brasil... Se o JP lesse ele diria: "se fosse no Brasil diziam que é pq só tem pobre, matuto e pq aqui nada funciona". E o pior é que os próprios brasileiros adoram dizer isso.